mardi 27 janvier 2009


Simples como dois girassóis

Simples como o vento que bate nos lençóis

Como o som da tua voz

Simples como nenhum de nós.


E se escorre pelas mãos é água

É terra, é.

E se não é, que assim seja

Se não quiser ver, não veja.


A simplicidade de nós dois

Não existe

Mesmo o depois

Só quem insiste que sabe

Só.


O pó nas cadeiras

O som das lareiras

É tudo simples.


O que não é tem mais graça

Mesmo se tu disfarças

Nas minhas tranças

Nas nossas danças

Nada simples é.


Complicado também não

Complicado é que não sabe

Paixão, coração...

E tudo que rima com "ão"

Não sabe.


E sentido teria se saberia

Saberia ter

Correr

Viver

Morrer?


Que valor teria

Se tudo saberia

Sem saber de fato

O cheiro do mato

O aperto do abraço

O afago do gato?


Que valor teria

Se fosse só um girassol

O vento sem lençol

O canto sem rouxinol

E nós fosse só?


Sol.

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